domingo, 18 de setembro de 2011

O Cão faz bem ao dono


Não faltam demonstrações do bem-estar que a convivência com pelo menos um cão faz ao ser humano – bem-estar não só emocional, mas também físico. Há poucas coisas melhores que chegar em casa e ser recepcionado por latidos de reconhecimento (é ótimo como cães “escutam” a presença do dono mesmo estando ele ainda do outro lado da rua), um rabo abanando, um cheiro na perna ou um pulo daqueles que fazem a glória de Dino, o cão-dinossauro dos Flintstones.
Tem ainda a atenção que ele presta quando lhe contamos nossos problemas ou prazeres – todos conhecemos alguma história de amigo que nos ajudou muito a resolver algum percalço só de ouvir atentamente quando lho contamos, e o cão é ideal para esse papel. Sem falar no bem que ele fez para a auto-estima e senso de responsabilidade de seus donos (pense em como é melhor e mais positivo passar horas interagindo com o peludo que, por exemplo, assistindo a filmes bobocas ou fuxicando ao telefone). Além disso, a mera presença de um ser vivo e eterno crianção, sempre pronto a, conforme as circunstâncias, ouvir, brincar ou passear, basta para diminuir boa parte da tensão emocional e até reduzir estresse e complicações devidas a problemas cardíacos.
Também não faltam provas cabais de tudo isso. Por exemplo, uma pesquisa científica feita na Suécia em 1991 e 1996 com exatamente 1649 crianças a partir de sete anos concluiu que as felizardas donas de animais de estimação desde o primeiro ano de vida estavam menos sujeitas a asma e rinite alérgica. Outro estudo similar feito nos EUA com 1246 crianças acompanhadas do nascimento aos 13 anos de idade concluiu em 2001 que “crianças morando em lares com um ou mais cães dentro de casa [ou seja, não simplesmente largados em quartinho ou quintal, mas realmente convivendo com os donos] desde o nascimento tiveram menos probabilidades de desenvolver respiração ofegante crônica do que as que não tinham cães dentro de casa” e “a exposição a cães na primeira infância pode prevenir o desenvolvimento de sintomas de asma, pelo menos em crianças de baixo risco sem histórico de asma na família”.
Outro estudo estadunidense, publicado em 1995, concluiu que “a posse de animais de estimação proporciona uma oportunidade de melhorar a saúde. Um bicho pode se tornar estímulo para fazer exercícios físicos, reduzir a ansiedade e proporcionar um foco externo de atenção. Animais de estimação são também uma fonte de contato e conforto físico e podem reduzir a solidão e a depressão, além de proporcionar um estilo de vida interessante. Embora as provas disponíveis estejam longe de ser consistentes, pode-se concluir que, em alguns casos, relacionamentos de longo prazo com animais podem moderar variáveis fisiológicas primárias, particularmente pressão sanguínea.” Agora veja o que é ainda mais interessante nesta pesquisa: “Os resultados se mostraram mais coerentes em estudos onde animais foram adotados pelos donos como parte do procedimento.” Resumindo numa só frase: adotar é tudo de bom... e mais um pouco.
Isso mesmo: cães, além de sempre prontos a devolver o carinho e atenção que lhes damos, ajudam a desenvolver em seus donos mais jovens o já mencionado senso de responsabilidade – assunto de outro texto desta série!

Primeiros contatos com seu cão



crianças e animais de estimação
Adoção começa em casa e pela casa
Se você mora em apartamento ou vila, não se esqueça de verificar com o síndico ou a administração quanto à permissão de animais no local (e é bom se precaver também com relação a vizinhos chatos). Defina desde já onde o novo morador vai dormir, comer e se aliviar, e arrume os pratos de comida e água, brinquedos, coleira e focinheira (caso ele não seja “senhorita” ou “senhorito” tão meigo assim). Providencie também um bom veterinário para castração (se for o caso), vacinas, visitas de rotina e emergências.
Se você mora com outras pessoas, combine desde já com elas como irão colaborar na recepção, cuidados e socialização do peludo: quem leva para passear e em que parte do dia, quem limpa o local que ele usar como “casinha”, quem vai buscar ração etc.. Não custa lembrar que todos devem ser cooperativos e gentis porém firmes e coerentes. Por exemplo, se ele cumprimenta visitas seguindo a mesma regra de etiqueta do Dino dos Flintstones, a dona da casa disser “sai!” enquanto o marido diz “desce!”, o cão poderá se confundir, sem saber a quem obedecer, pois para ele desconfiar que “sai!” e “desce!” são a mesma coisa é bem mais difícil que para os humanos; todos devem combinar as mesmas palavras de comando.
E, às refeições, que ninguém se comova se o cão vier com aquele olhar de quem não come há meses e ceda à tentação de dar a ele mais que uma migalha infinitesimal de algo que não seja a ração dele.
Adaptai-vos uns aos outros
Sim, o novo morador deverá se adaptar à nova casa – e vice-versa. Tirando a hierarquia que estabelecerá quem é ou são os donos da casa, haverá alguma negociação entre os humanos e os peludos da casa. Se você trabalha fora o dia todo, procure ficar em casa por alguns dos primeiros dias do cão na casa, para que você e ele se conheçam melhor e ele aprenda mais rapidamente o que pode e não pode fazer, onde pode ir e subir ou não e quando. Por exemplo, ele só deixará de enfiar o nariz no lixo ou roubar a comida na pia ao ouvir o comando de “Não!” sistematicamente durante pelo menos alguns dias. Dormir na cama do dono ou dona da casa ele até pode, desde que lhe seja permitido. Verifique também se você e o cão conseguem acompanhar um ao outro em disposição para brincar e passear.
Deixe também a casa “à prova de cães”, assim como se faz com crianças pequenas, sem tapetes, móveis, fios elétricos  e penduricalhos que ele possa derrubar ou engolir. E não se esqueça de que alguns detalhes da rotina terão de mudar. 
Se você já tem outros cães, lembre-se de não diminuir a atenção a eles (quem reclama de marido ou mulher ciumenta não sabe o que é um cão ciumento), de ficar de olho se o recém-chegado não vai avançando nas posses dos mais antigos e se estes não demonstram ciúme e posse excessivos a ponto de resolverem se defender com unhas e dentes. E verifique as vacinas deles (e de gatos e outros bichos, se houver), para evitar que peguem algum vírus que o novo morador acaso tenha.
Enfim, em no máximo um mês o novo cão estará adaptado para morar com você por toda a vida.

Como ensinar seu cão a passear na coleira sem puxar



O seu cão é daqueles que puxa na coleira o tempo todo, e quase te arrasta pelas ruas?
Parece que é ele que está te levando para passear?
SOCORRO!!!
1. Deve-se usar uma coleira de couro ou nylon.Não recomendo enforcadores nem aquelas coleiras com os pinos que apertam o comportamento de puxar e só provocam dor no animal. Também não recomendo coleiras peitorais. Elas incentivam mais ainda a puxar, por exercer a pressão sobre o peito do cachorro. É assim que cães que puxam cargas ou trenós são amarrados.

2. Antes de sair para passear com seu cachorro, brinque com ele no quintal ou dentro de casa mesmo. Jogue uma bolinha de tênis para ele ir buscar para você, ou qualquer outra atividade física intensa. Assim você dá uma canseira nele e quando vocês forem sair ele vai estar um pouco menos agitado. Dependendo da agitação do seu cachorro, você deve dar uma canseira de até uns 30 minutos nele. Tente fazer deste momento, um momento de se divertir com ele, de fazer uma boa farra e fortalecer a amizade entre vocês.

3. Um erro que cometemos com muita freqüência é deixar o cachorro super excitado na hora que ele vê a coleira. Muita gente começa a dizer “Vamos passear, Vamos, vamos, vamos passear” excitando o cachorro e ele fica super excitado pulando para todo lado e só vai ficar mais difícil de contê-lo quando você estiver na rua. Então vamos tentar fazer essa hora de sair um momento tranqüilo, você coloca a coleira e a guia no seu cachorro dentro de casa ou no seu quintal e deixe ele solto um pouco com a coleira, por exemplo enquanto vocês ainda estão brincando de bolinha. Assim ele se acostuma a ficar com a guia em casa e não vai ficar super excitado toda vez que você mostrar a guia para ele.

4. Ofereça uma água a ele antes de sair e, se possível, também durante o passeio.
5. Procure um lugar sem muitas distrações para este exercício. Se a sua rua for muito movimentada, com pessoas e outros cachorros passando vai ser mais difícil para ele se concentrar. Neste caso leve ele de carro a algum lugar mais tranqüilo para estas primeiras aulas. Vai ser muito mais fácil desta maneira.

6. O exercício é muito simples. O seu objetivo é que seu cachorro passeie ao seu lado, acompanhando você sem puxar a coleira. Ou seja, a coleira deve estar frouxa o tempo todo e não esticada pois ele está puxando. Escolha um lado e saia passeando, digamos para a direita. Assim que ele começar a puxar, você dá meia volta e muda de direção, indo para a esquerda. Agora ele está atrás de você, ajuste seu passo para que vocês dois caminhem lado a lado. Provavelmente ele vai começar a puxar de novo. Você vira-se de novo e volta a andar para a direita. E assim por diante.

7. Enquanto ele estiver andando ao seu lado sem puxar a coleira (com a coleira frouxa), elogie-o e dê-lhe algum petisco. Continue caminhando e elogiando enquanto ele não puxar.

8. Você está mostrando ao seu cão que puxar não vai levá-lo aonde ele quer. Toda vez que ele puxa querendo ir para a direita, você vira para a esquerda e vice-versa. Com o tempo ele vai aprender que caminhar ao seu lado sem puxar é o que vai fazer todos felizes.
Boa sorte e bons passeios!